sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Um serviço pastoral, a muito tempo esquecido Visita aos Membros

 


Minha primeira visita pastoral foi a primeira que fiz quando era um jovem pastor.

Meu caso não era único na época e nem o é hoje. Estou certo de que muitos de vocês irão se identificar com a minha experiência. De fato, muitos leitores não reconhecerão que estavam sendo privados de algo que era uma parte essencial da experiência da igreja. Em nossos dias, o trabalho pastoral é absurdamente negligenciado. Muitos pretensos pastores enchem suas vidas de assuntos administrativos ou acadêmicos de forma que eles possuem pouco tempo para as pessoas do rebanho. Outros têm igrejas tão grandes que não conseguem sequer começar a pastorar os membros de suas congregações.  Cada vez mais, esses homens abordam a supervisão congregacional como se fossem o Chefe do Poder Executivo. Mas, mesmo em nossas pequenas igrejas reformadas, o ministro frequentemente negligencia o importante trabalho de pastorear.  Muitos membros de igreja somente recebem visita quando estão doentes (e olhe lá). Não podemos saber a condição de nosso rebanho ou ministrar efetivamente a ele sem fazer cuidadosamente o trabalho de visitação às famílias. Além disso, esse trabalho é necessário para a cimentação da verdade e de seus resultados na vida das pessoas.

Historicamente, a visitação pastoral é parte do trabalho esperado de um pastor de verdade. Nossos pais na fé levaram essa parte do trabalho ministerial muito a sério. Certo pregador por nome de Packer a muitos anos atrás escreveu: Sabendo as maneiras pelas quais o Espírito traz pecadores à fé e à nova vida em Cristo, e pelas quais guia os santos, por um lado, a crescerem à imagem de seu Salvador e, por outro, a aprenderem a serem totalmente dependentes da graça, os Cristãos se tornaram esplêndidos pastores. A profundidade e unção de suas exposições “práticas e experimentais” no púlpito não eram mais marcantes que a habilidade do estudo da aplicação do remédio espiritual para as almas doentes. Por meio da Escritura, eles mapearam o frequente confuso terreno da vida de fé e comunhão com Deus com grande profundidade (veja ‘O Peregrino’ como um dicionário ilustrado), e a agudeza e sabedoria deles em diagnosticar algum mal estar espiritual e em utilizar o remédio bíblico apropriado era excepcional.

Desde meu inicio ministerial há mais de 25 anos atrás sempre aprendi, e hoje ensino que: É dever do ministro não apenas corrigir as pessoas confiadas a seu cuidado em público, mas, também, em particular; especialmente admoestar, exortar, repreender e confortá-las em todas as ocasiões, enquanto seu tempo, sua força e sua segurança pessoal o permitirem. Ele deve admoestá-las em tempo de saúde, para prepará-las para morte. E. para esse propósito, elas frequentemente vão conferir com seus ministros como está o estado de suas almas. E, no tempo de doença, para ouvirem seus conselhos e pedir ajuda, oportuna e periodicamente, antes que suas forças e compreensão falhem com eles.

 Um pastor moderno recentemente falou sobre a visitação pastoral: “Há quatro maneiras em que os seres humanos aprendem: ouvindo, discutindo, assistindo e descobrindo. Alguém pode chamá-las também de audição, conversação, observação e participação. O primeiro é mais direto, da boca para o ouvido, do orador para o ouvinte, e, claro, inclui a pregação. Mas nem sempre é, de forma alguma, o mais efetivo. ‘A maioria das pessoas acha difícil entender conceitos de forma puramente verbal…'” 3. Em um livro mais recente, ele afirmou que a visitação pastoral é uma maneira de o ministro preencher a lacuna entre sua congregação e a segurança das verdades que ela ouviu no púlpito: “E temos de deixar as pessoas falarem conosco. Não há uma maneira mais rápida de preencher o abismo entre o pregador e as pessoas do que encontrá-las em suas casas e em nossas casas. O pregador eficiente é sempre um pastor diligente. Somente se ele achar tempo toda semana para tanto visitar as pessoas como entrevistá-las, ele será capaz de estar em contato com elas enquanto prega”.

O principal texto que exige o cuidado pastoral é Atos 20.28. Paulo, no contexto do seu exemplo de ensinar privativamente de casa em casa, encarregou os presbíteros: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (Atos 20.28).

A igreja tem interpretado tradicionalmente que esse mandamento inclui a visita familiar. Richard Baxter nos deu a clássica aplicação desse texto em seu trabalho de visitação familiar, O Pastor Reformado. Baxter (1615-1691) foi um pastor por excelência, cujo ministério Deus abençoou grandemente. Ele pastoreou a Igreja de Kidderminster, em 1641-42 e depois, de novo, após a Guerra Civil Inglesa, em 1647-61. Kindderminster era uma cidade com cerca de 800 lares e 2000 pessoas. Por quase todas as partes, as pessoas eram espiritualmente desamparadas. Packer descreve o efeito de seu ministério no meio deles:

“Eles eram um povo ignorante, rude e beberrão quando Baxter chegou, mas isso mudou drasticamente. ‘Quando iniciei meus trabalhos, observei todos aqueles que eram humildes, reformados ou convertidos. Mas com o desenvolver do trabalho, aprouve a Deus converter tanta gente, que eu não conseguia ter tempo para tais observações… famílias e um número considerável de uma só vez… chegavam e cresciam e eu sequer sabia como’. ‘A congregação estava sempre cheia [a igreja comportava 1000], então tivemos de construir cinco galerias… Nos dias do Senhor… você conseguia ouvir centenas de famílias cantando salmos e repetindo os sermões enquanto  passava pelas ruas… quando cheguei lá pela primeira vez, havia apenas uma família por rua que adorava a Deus e o chamava pelo nome, quando fui embora, havia algumas ruas onde não havia sequer uma família que não fazia isso’. ‘Mais tarde, Baxter escreveu: ‘entretanto, estou a cerca de seis anos longe deles e eles têm sido atacados com calúnias vindas do púlpito e difamações, ameaças e prisões, com palavras aliciadoras e raciocínios sedutores, mas eles rapidamente se opuseram e mantiveram sua integridade. Muitos foram para Deus, outros foram removidos, outros estão na prisão, e, a maioria, ainda está em casa. Mas nenhum sobre os quais eu ouço caíram ou abandonaram a retidão (Baxter está descrevendo o que aconteceu durante a Grande Expulsão)’. Quando, em dezembro de 1743, George Whitefield visitou Kidderminster, ele escreveu a um amigo: ‘eu fui grandemente revigorado em encontrar o doce aroma da doutrina, trabalho e disciplina do senhor Braxter, os quais permanecem até hoje’. 

Em meio a outros deveres, duas vezes por semana, Baxter fazia a visitação familiar. Ele também ensinava e encorajava seu povo a vir a ele com seus problemas. E Baxter começou a inspirar outros ministros com a sua visão.

Os membros da Worcentershire Ministerial Association convidaram Baxter a falar a eles sobre catequese paroquial e visitação. Por problema de saúde, ele não pôde falar no dia combinado, então ele expandiu a mensagem e a publicou no livro The Reformed Pastor. Ele usa a palavra “reformado” não para se referir à doutrina, mas ao arrependimento ministerial e renovação. Ele escreveu, “Se Deus ao menos reformasse o ministério e os colocasse em suas obrigações zelosamente e fielmente, as pessoas certamente seriam reformadas”.O tratado é baseado em Atos 28.26. Sua doutrina era: “os pastores ou bispos da igreja de Cristo devem ter grande cuidado consigo mesmos, com todos dos seus rebanhos, em todas as áreas do trabalho pastoral”.

 Na Dedicatória do seu livro, ele expõe os motivos do dever do cuidado pastoral:

  • Que as pessoas devem ser ensinadas sobre os princípios da fé. As questões da grande necessidade de salvação são dúvidas passadas em nosso meio.
  • Que elas devem ser ensinadas da forma mais edificante e vantajosa possível. Espero que concordemos com isso. 
  • Que a conferência pessoal, e o exame, e a instrução possuem muitas vantagens excelentes para o bem deles, isso não é mais motivo de discussão.
  • Que a instrução pessoal nos é recomendada pela Escritura, e pela prática dos servos de Cristo, e aprovada pelos piedosos de todos os tempos, é, até onde eu sei, sem contradição.
  • Não há mais dúvida que devemos exercer esse grandioso dever a todas as pessoas ou a tantas quanto pudermos fazê-lo, para que nosso amor e cuidado por suas almas possam ser estendidos a todos. Se há quinhentas ou mil pessoas ignorantes em sua Igreja ou congregação, então você está fazendo um pobre exercício do seu dever ao conversar de vez em quando com algumas poucas pessoas, deixando as demais sozinhas em sua ignorância, enquanto você podia ajudá-las.
  • Não é com menos certeza que um trabalho tão grandioso como esse deva tomar uma parte considerável do seu tempo. Por último, é igualmente certo que todos os deveres devem ser feitos com ordem, o quanto for possível, e, por isso, devem ter hora marcada.  

Se você não leu o livro, eu o encorajo a fazê-lo. Como mencionei, Baxter separava dois dias por semana, terças e quartas, para realizar esse trabalho. Dessa forma, Baxter visitava por volta de 15 famílias por semana.

Com a abordagem de Baxter, nós aprendemos uma particular quantidade de lições sobre cuidado pastoral.

Primeiro, temos de organizar nossa igreja para esse trabalho. Essa organização consiste tanto em instrução como em divisão da congregação. A congregação precisa ser instruída do benefício desse trabalho. Baxter aponta que nós temos de treinar “as pessoas a se submeterem a esse curso particular de catequese e instrução; se elas não vierem a você ou permitirem você ir a elas, o que de bom elas recebem?”.8 Esse treinamento começa com o ministro agindo de uma maneira com que as pessoas de sua congregação saibam que ele as ama e que faça com que elas o amem. Quando essa afeição mútua for estabelecida, pregue sobre a necessidade e os benefícios da visitação pastoral.

O ministro precisa alistar e treinar os obreiros nesse trabalho. A falha do método de Baxter foi não envolver os obreiros. Ele não se utilizava deles, mas eles também eram líderes do rebanho que deveriam responder a Deus sobre sua administração. Um obreiro bíblico é muito mais do que um tomador de decisões; ele é um Pastor quer seja consagrado, ou não, na nossa Igreja temos a seguinte frase, NO ESPAÇO PENTECOSTAL, CADA CASA É UMA IGREJA E CADA MEMBRO É UM LIDER. Nós precisamos motivá-los e treiná-los para esse trabalho.  Esse treino deve consistir em explicar os deveres e princípios bíblicos de como se deve conduzir uma visita. Ministros devem levar os Obreiros consigo com o fim de eles aprenderem a lidar com uma visita pastoral.

Com respeito a visita em si, tenha em mente que ela é pastoral. O pastor deve visitar as casas da pessoas socialmente, mas a visita pastoral é para inquirir sobre o bem estar espiritual da família. Comece a visita com uma oração e leitura da Escritura. Se houver criança na casa, vá a cada uma delas primeiro e pergunte se elas estão confiando em Cristo e procurando obedecê-lo. Elas leem a Bíblia e oram? Elas estão lutando contra seus pecados particulares? Como elas estão indo na escola? Os pais estão catequizando suas crianças? Quais livros os pais leram recentemente? Eles estão tirando proveito dos sermões? Como eles estão se utilizando dia do Senhor? Quais são suas principais lutas e tentações? Como eles se relacionam com a família (marido e esposa; pais e filhos)? Eles possuem alguma preocupação ou dúvida sobre a igreja? Conclua a visita com uma breve exortação bíblica e com uma oração.

Lembre-se de tomar notas a cada visita. Elas irão ajudá-lo a orar mais especificamente por cada um e refrescarão sua memória na próxima vez que você os visitar.

Uma palavra aos ministros. Nós ouvimos muito, e ainda bem que sim, sobre igrejas comprometidas com os meios de graça. Pois eu digo que se em seu ministério não há espaço para uma sistemática visitação pastoral, então você está negligenciando um importante meio de graça.  Eu desafio você a repensar sua filosofia ministerial. Se você não tem feito regulares visitapastorais, eu encorajo você a se arrepender e a buscar pela graça de Deus para começar imediatamente. Deus alertou em Ezequiel 34.1-10 que ele irá cobrar os pastores que falham em pastorear o rebanho. (cf. Jer. 23.1-2, 1 Pedro 5.1-4). Além disso, treine seus Obreiros a se juntarem a você nesse importante trabalho. Alguns contestam dizendo que a visita aos lares não é aceitável em nossa cultura. A questão que devemos responder é “isso é uma exigência bíblica”? Se sim, então treine a si, a seus Obreiros e a sua congregação.

Se você é membro de uma congregação e não recebe visitapastorais, eu encorajo você a requisitar uma. Que Deus restaure hoje esse ministério perdido em nossas igrejas.

Agradeço minha Oportunidade

 

Wagner Teruel

 

quarta-feira, 6 de abril de 2022

No Vale ou voce é um profeta ou você é um cadáver


 

No Vale ou voce é um profeta ou você é um cadáver



“...A mão do Senhor estava sobre mim, e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos. Ele me levou de um lado para outro, e pude ver que era enorme o número de ossos no vale, e que os ossos estavam muito secos. Ele me perguntou: “Filho do homem, estes ossos poderão tornar a viver?” Eu respondi: “Ó Soberano Senhor, só tu o sabes”...” (Ez.37:1-3 NVI)

Na visão de Ezequiel temos alguns elementos em destaque:

1 – O Local (vale): substantivo masculino [Geografia] Depressão ou planície entre montes ou no sopé de um monte. Várzea ou planície à beira de um rio. Depressão alongada, mais ou menos larga, cavada por um rio ou geleira., normalmente no deserto, ficava entre duas montanhas, nas montanhas o s marginais, ficavam escondidos para assaltar e fazer mal as pessoas. O Salmista se refere ao vale ressaltando duas montanhas quando disse: “...Ainda que eu andasse por um vale de Sombra e de Morte...” (Sl.23:4)

 

2 – Cadaveres por todos os lados: substantivo masculino: o corpo morto, inteiro (ou quase inteiro), e não decomposto, de um animal e esp. de um ser humano; FIGURADO (SENTIDO)•FIGURADAMENTE indivíduo muito doente ou enfraquecido, ou apresentando aspecto pouco saudável (palidez, magreza etc.); pessoa cujo corpo parece já sem vida ou prestes a morrer. Um retrato absolutamente correto do que vemos hoje em dia no movimento cristão, Igrejas tem se tornado verdadeiros ossuários, depósitos de zumbis.

 

3 – Profeta: substantivo masculino RELIGIÃO pessoa que anuncia os desígnios divinos, que prediz acontecimentos por inspiração de Deus. "Deus falava aos hebreus através dos seus p."

 

Uma vez tendo os termos definidos é hora de irmos para a historia.

A profecia diretamente voltada para a nação de Israel, o profeta Ezequiel viveu seis séculos antes de Cristo, o texto literalmente se refere a situação critica e vergonhosa que se encontrava Israel, homens pecadores haviam se desvirtuado da Palavra e agora andavam segundo suas próprias concupiscência, além do mais havia a ordem do SHABATH, que eles não preservaram e desta forma, foram levados cativos para devolver o que era de Deus. Só neste caso, já nos cabe entender que ninguém consegue ficar devendo para Deus, Ele sempre cobra, seja seu tempo, seja suas finanças, seja sua saúde, tudo é dEle.

 

Mas quero ousar a utilizar este texto, para nossos dias de hoje.

Vivemos momentos em que o grande boom religioso está ai, todos já ouviram falar de Jesus, todos cantam canções evangélicas, parece que o inimigo está verdadeiramente derrotado, pois o que mais se ve, são crentes para todos os lados.

 

Mas a verdade é que ao abrirmos os olhos espirituais encontramos com pessoas dentro da Igreja, cantando, rodando, pregando, mas vivem mortos, havidos pelo sangue do próximo, desesperados pelo próximo pecado, vivendo a sombra da cruz para simplesmente pecarem. Pastores correndo atras dos seus próprios interesses econômicos, lideres querendo os holofotes para sí, profetizas que não passam de fofoqueiras gospel.

 

Podemos afirmar que vivemos literalmente em um vale de ossos secos.

 

Na historia recente nunca o inimigo das nossas almas descansou tanto, como descansa agora, as pessoas chamadas cristãs estão tão polarizadas, a favor de um politico ou outro, a favor do mendigo ou da mulher, a favor de will smith ou do cris que se esqueceram que a verdadeira polarização que interessa para o cristão é CEU ou INFERNO, nada mais que isto

 

No vale da sombra e da morte: dentro deste vale há duas montanhas de nome SOMBRA e MORTE. A dor e o desespero acompanham esta caminhada, com razão o Senhor disse que teríamos aflições, mas ao caminharmos olhamos a montanha da SOMBRA: sombras do passado, sombras do terror religioso, sombras da inflexibilidade, quanta incoerência há nos dias de hoje para nós cristãos, uma oxigenada no cérebro e olhamos para o outro lado a montanha da MORTE: a espreita estão os nossos inimigos, prontos para devorar as nossas carnes conforme diz o Salmo 27, pode se ver nas frestas das penhas os olhos de morte querendo nos destruir, mas devemos seguir adiante.

 

Esta é a cena do evangelho atual, de um lado sombras, do outro morte, mas olhe a frente, o que você ve? Ossos, totalmente sem vida, crânios, fêmur, membros superiores, costelas, vertebras, escapular, carpo, metacarpo, tudo ali esparramado, um grande quebra cabeças simplesmente impossível de ser montado.

 

Agora olhe se no espelho imaginário da sua alma: o que você vê? Um esqueleto? Um zumbi? Uma farsa? Ou você ve um profeta? É que no vale ou você é um profeta ou simplesmente um cadáver.

 

Parece duro falar assim não é mesmo? Mas Deus precisa de você, e de alguma forma você precisa reagir.

 

Não se engane Ezequiel não estava cheio de “fogo” ou cheio de “poder”, ele estava abatido, ele não foi considerado um sábio para ir ao palácio, não era velho para ficar na destruída Israel, era um homem de trabalho pesado, assim que chegou nas margens do rio Qebar, ficou olhando a situação vergonhosa, um estado depressivo crônico o atacou, desespero, sentimento de derrota, ele realmente estava entre as montanhas da SOMBRA e da MORTE.

 

Quando Deus pergunta para ele se os ossos poderiam reviver sua resposta foi: SENHOR TÚ O SABES, ou seja, já não é mais um problema meu, agora é contigo, não havia forças naquele homem, não havia grandeza naquele homem, apenas um caminhante no vale entre duas montanhas SOMBRA e MORTE, e agora diante dele ossos.

 

O cheiro fétido, as hienas e chacais, os assaltantes tudo, conspirava contra o profeta. Mas de repente veio a ordem: PROFETIZA.

PROFETIZA, um transitivo direto, não havia espaço para discussão ou transferência de responsabilidade, apenas PROFETIZA, eu não sei como você ve as coisas de Deus, mas eu as vejo muito direta, logica e inflexível.

 

Deus precisa de você, mas você precisa se reconhecer hoje.

     1 – não são suas forças que farão os ossos reviverem, apenas profetiza

     2 – é necessário se reconhecer, não são os ossos quem profetizará para esta nação, é você, apenas profetiza

     3 – as montanhas sempre estarão ali, apenas profetiza

     4 – os ossos precisam reviver, apenas profetiza

 

Na próxima semana falarei: O QUE ESTÁ ACONTECENDO CONTIGO PROFETA?

 

 

 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Laodiceia, uma Igreja ou uma era?

                                    Laodicéia, Igreja ou Era?

 

Antes de estudarmos esta preciosa carta, precisamos entender em primeiro lugar que a Carta, foi realmente escrita e endereçada.

Em segundo lugar precisamos entender que a Biblia, deve ser lida literalmente e em alguns casos figurativamente, mas a retorica deve ser tratada com muito cuidado.

WMB – do tabernáculo da fé, apregoou que as cartas eram eras e inclusive aponta para cada carta um profeta, ou um anjo

Veja a discrepância:

 

Efeso – Igreja primitiva - O Profeta da igreja de Éfeso foi o apóstolo Paulo

 

Esmirna – não consta nos relatos de WMB a datação desta suposta era (como uma era pode vir sem datação especifica?), depois WMB afirma que foi Esta era se estendeu de 170 a 312 A.D o proteta um discípulo de Policarpo por nome de Irineu

 

Pergamo - A Era de Pérgamo se estendeu por cerca de trezentos anos de 312 a 606 A.D – O Profeta Martin nasceu em 315 na Hungria

 

Tiatira - A Era de Tiatira foi a mais longa de todas, durou cerca de novecentos anos, de 606 a 1520 – O Profeta São Patrício e São Columba. Foi sobre São Columba que caiu o quinhão de ser o mensageiro

Sardes - A era de Sardes ou a quinta era se estendeu de l520 a l750. Ela é usualmente chamada a Era da Reforma – o profeta Martinho Lutero

 

FiladelfiaA Era da Igreja de Filadélfia se estendeu de 1750 a aproximadamente 1906

O Profeta: O mensageiro para esta era foi sem dúvida alguma João Wesley

 

Laodicéia - A era de Laodicéia começou por volta da entrada do século vinte, talvez durante o ano de 1906. Quanto tempo durará? Como um servo de Deus que tem tido multidões de visões, das quais não tem havido nenhuma que haja falhado, deixe-me predizer (não disse profetizar, mas predizer) que esta era terminará por volta de 1977 – O Profeta – Hipocritamente WMB diz que não se sabe quem é o profeta, mas como ele foi o único a disseminar esta grande heresia podemos entender que ele estava falando de sí mesmo, como muitos dos seus seguidores afirmam

 

Então quem afirmou ser uma era não foi a Biblia, ou qualquer um teólogo de nome ou renome, foi um avivalista que teve por objetivo entrar para a historia como defensor de uma ideia no mínimo icônica, porem, sem base, nós como unicistas jamais poderíamos aceitar:

1 – a Reforma

2 – Os anjos como ministros trinitários

 

Leia Apocalipse 2 e 3. Agora dê uma olhada num mapa e localize as sete cidades citadas. Vai perceber que eram cidades vizinhas, numa área de aproximadamnete 250 km entre as mais distantes (Pérgamo e Laodicéia).

 

A região incluída seria apenas um canto de um estado brasileiro.

Eram sete igrejas, uma próxima à outra, mas cada uma com a sua própria personalidade e suas características diferentes. Nestas cartas encontramos igrejas menos de 50 km distantes com contrastes enormes em atitudes e ações. Os efésios se mostraram fortes em doutrina e fracos em amor. Os irmãos de Esmirna foram materialmente pobres e espiritualmente ricos. A igreja de Pérgamo resistiu às perseguições, mas tolerava a falsa doutrina de Balaão. A de Tiatira era uma igreja muito ativa, mas que não tirou a má influência de uma mulher imoral e idólatra. Entre a igreja quase morta em Sardes e a congregação morna em Laodicéia, encontravam-se os irmãos perseverantes e fiéis em Filadélfia.

 

O que podemos concluir? Mesmo na época apostólica, Deus não criou nenhum tipo de hierarquia ou sistema de estrutura ligando uma congregação com outras. Jesus não enviou uma carta "ao bispo da Ásia Menor" para corrigir os problemas das várias igrejas, pois não havia nenhuma pessoa na terra governando as diversas congregações. Cada igreja mantinha a sua independência, e cada uma era responsável diretamente a Jesus.

 

Desde então, os homens têm criado muitos sistemas de organização e de controle centralizado para manter conformidade de doutrina e prática entre igrejas. Tais invenções vêm dos homens, e não de Deus!

 

A Carta à Igreja em Laodicéia 

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida por sua igreja morna, que causou enjôo no seu Senhor, Jesus Cristo.

 

Ao Anjo da Igreja em Laodicéia (3:14-22)

A igreja em Laodicéia (14):

A igreja em Laodicéia é citada no Apocalipse (aqui e em 1:11) e na carta de Paulo aos colossenses (4:13-16).

 

As cidades de Laodicéia, Colossos e Hierápolis (veja Colossenses 4:13) ficavam no vale do rio Lico. Laodicéia situava-se no local da cidade moderna de Denizli, Turquia, no cruzamento de estradas principais da Ásia Menor. Antigamente, a água da cidade vinha via aquedutos das fontes termais ao sul da cidade. Até chegar em Laodicéia, a água ficava morna. A qualidade dela não era boa, e a cidade ganhou a reputação de ter água não potável. Ao engolir esta água, muitas pessoas vomitavam. Semelhantemente, Jesus sentiu vontade de vomitar de sua boca a igreja de Laodicéia (3:15-16).

 

Outras características de Laodicéia servem como base para a linguagem desta carta. Foi conhecida como um centro bancário (3:17-18). A região produzia lã preta (3:18) e um tipo de colírio para os olhos (3:19).

 

O Amém (14): Esta palavra vem de origem hebraica. No começo de uma afirmação significa “certamente” ou “verdadeiramente”. No fim, pode ser entendida como “que seja assim”. Jesus é a palavra final, a autoridade absoluta.

 

A testemunha fiel e verdadeira (14): Quase a mesma descrição encontrada em 1:5. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca.

 

O princípio da criação de Deus (14): Esta expressão admite duas interpretações. Dependemos de informações de outros trechos bíblicos para escolher o sentido correto. A frase em si pode ser entendida no sentido passivo (o primeiro criado por Deus), ou no sentido ativo (a origem ou a fonte da criação). A diferença é óbvia e enorme. Jesus é uma criatura ou o eterno Criador? Ele foi feito por Deus ou é Deus? A resposta vem de outras passagens. Jesus é eterno (João 1:1; Apocalipse 1:18), o primeiro e o último (Apocalipse 1:17). Ele é Deus conosco (Mateus 1:23), o verdadeiro Deus que se fez carne (João 1:14). Ele é o “Eu Sou” (João 8:24,58; veja Êxodo 3:14), o soberano “Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Apocalipse 17:14). Jesus não foi criado. Ele não veio a existir. Ele é eterno. Ele é Deus. Quem não aceitar este fato morrerá no seu pecado (João 8:24).

 

Conheço as tuas obras (15): Como fez com todas as igrejas destes dois capítulos, Jesus expressa o seu conhecimento íntimo da igreja em Laodicéia. Ele anda no meio dos candeeiros (1:13,20; 2:1).

 

Que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! (15): As águas termais de Hierápolis ajudavam no tratamento de alguns problemas de saúde. As águas frias de Colossos eram boas para beber.

 

Mas as águas mornas de Laodicéia basicamente não serviam para nada; só davam ânsia de vômito!

 

Assim...estou a ponto de vomitar-te da minha boca (16): Jesus olhou para a igreja de Laodicéia, contente no seu estado de auto-suficiência e falsa confiança, e sentiu vontade de expulsá-la de sua presença.

 

Pois dizes (17): As afirmações da própria igreja de Laodicéia não refletiam o verdadeiro estado dela. É fácil dizer que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de uma pessoa, mas Jesus sabe a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A igreja de Laodicéia mentia para si mesma, mas Jesus não foi enganado!

 

Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu (17): O orgulho dos discípulos de Laodicéia os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas.

 

Eles se achavam fortes e independentes, mas Jesus viu o estado real de uma igreja fraca, cega e infrutífera. A cidade de Laodicéia sofreu um terremoto em 60 d.C. e foi reedificada com recursos próprios, sem auxílio do governo romano. Parece que a igreja sentia a mesma atitude de auto-suficiência, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor! Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Grande Médico.

 

Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores (Lucas 5:31-32).

 

Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2 Coríntios 5:3; Colossenses 3:9-10).

 

Aconselho-te (18): Jesus não elogiou a igreja em Laodicéia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja:

 

1. Comprar de Cristo ouro refinado. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo.

2. Comprar do Senhor vestiduras brancas. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8).

3. Comprar de Jesus colírio para os olhos. Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e auto-suficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus criticou nos fariseus (Mateus 15:14; 23:25-26). É o mesmo problema de qualquer um que esquece da importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2 Pedro 1:9).

 

Eu repreendo e disciplino a quantos amo (19): A correção que vem de Deus é uma manifestação do seu amor (Hebreus 12:4-11). Quando Deus nos corrige, devemos aceitar a disciplina como ele deseja, para o nosso próprio bem. Ele quer nos conduzir ao arrependimento e à plena comunhão com ele. A disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser motivada pelo amor (Hebreus 12:12-13). Esta atitude deve guiar os pais que corrigem os seus filhos (Provérbios 13:24), e os cristãos que corrigem os seus irmãos na fé (Tiago 5:19-20; 2 Coríntios 2:5-8).

Sê, pois, zeloso e arrepende-te (19): A solução ao problema dos discípulos em Laodicéia não seria meramente algumas mudanças externas.

Precisavam do zelo para com Deus para se arrependerem.

Eis que estou à porta e bato (20): Jesus pôs uma porta aberta diante da igreja de Filadélfia (3:7), mas a igreja de Laodicéia colocou uma porta fechada diante de Jesus! Ele bate, mas não força ninguém a abrir a porta.

 

Ele chama, mas depende dos ouvintes atender à voz dele. Este versículo reforça o entendimento do livre arbítrio do homem. Jesus oferece a salvação a todos, mas cada pessoa toma a sua própria decisão.

 

Entrarei ... e cearei (20): Ambas as figuras, aqui, representam a comunhão com Cristo. Ele entra na casa e habita naqueles que obedecem a palavra dele (João 14:23). Cear com alguém sugere uma relação especial de estar de acordo ou em comunhão (1 Coríntios 10:21; 5:11). É um privilégio especial comer à mesa do rei (2 Samuel 19:28). Não há privilégio maior do que a bênção de cear com o Rei dos reis!

 

Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono (21): Os vencedores terão o privilégio de reinar com Cristo (veja 2:26-27; 20:4). Tal honra não seria para os orgulhosos e auto-suficientes, mas para os humildes e obedientes. Jesus foi obediente ao Pai aqui na terra para ser exaltado ao lado dele no céu (Filipenses 2:8-9). Somente os obedientes serão exaltados com Cristo.

 

Quem tem ouvidos... (22): Jesus bate e chama. Cabe ao homem ouvir e atender a sua voz!

 

Conclusão

Na carta à igreja em Laodicéia, Jesus não citou nenhuma doutrina errada e nenhum pecado de imoralidade. Ele não condenou a igreja por práticas idólatras. Esta igreja, que se achava rica e forte, foi criticada por seu orgulho e auto-suficiência. Exaltou-se, ao invés de se humilhar diante do Senhor dos senhores.

 

O orvalho de Deus

 O ORVALHO de Deus

Oséias 14:1-9


Oséias é o primeiro livro dos profetas menores

Não em relação a importância mas sim, em relação a profecia e principalmente o alcance profetico

Mesmo que Israel estava destruída no pecado e morta como nação

Deus promete que traria restauração e vida para a nação

Bastaria somente se arrepender (v.3-9; Os.13:9-16)


1 - O ORVALHO FALA DA NOSSA HISTÓRIA

Esta promessa gloriosa não e apenas para Israel mas para nós também (v.4-5)

Se de verdade nós convertermos e dissermos: TIRA DE NOS A NOSSA INIQUIDADE

Deus nos responderá: EU OS SARAREI E TIRAREI AS SUAS INIQUIDADE

Necessitamos urgentemente do ORVALHO DE DEUS, que é o estrito contato com Ele.

Orvalho e o vapor que com o frescor da noite se condensa e torna em gotículas de água que nos refresca e podem até nos encharcar

Assim é Deus para nós (v.5; Dt.32:2; SL.72:6)


2 - O ORVALHO NOS REFRESCA

Quando a seca dura muito tempo, parece que tudo a nossa volta morre

Mas quando cai o orvalho toda a natureza volta a ter vida

Assim é quando nossa natureza e confortada pelo frescor do Espírito Santo

Somos reavivados com entusiasmo e fortalecidos 


3 - O ORVALHO EMBELEZA E REVELA

Como é linda a terra nas primeiras horas da manhã

Cobertas com gotas de orvalho que centelham a relva igual que diamantes

Floresce igual o lírio dando a Deus o aroma e a beleza das flores (5)

Estende suas raízes com a firmeza da graça de Deus (v.6)

O orvalho revela as teias de aranha que a noite foram produzidas

Com o orvalho tudo se vê: rancor, inveja, ódio, egoísmo, orgulho, hipocresia, tudo

Com razão o salmo 90:2 nos diz: CRIA EM MIM SENHOR, UM CORAÇÃO....

O ORVALHO de Deus

Oséias 14:1-9


Oséias é o primeiro livro dos profetas menores

Não em relação a importância mas sim, em relação a profecia e principalmente o alcance profetico

Mesmo que Israel estava destruída no pecado e morta como nação

Deus promete que traria restauração e vida para a nação

Bastaria somente se arrepender (v.3-9; Os.13:9-16)


1 - O ORVALHO FALA DA NOSSA HISTÓRIA

Esta promessa gloriosa não e apenas para Israel mas para nós também (v.4-5)

Se de verdade nós convertermos e dissermos: TIRA DE NOS A NOSSA INIQUIDADE

Deus nos responderá: EU OS SARAREI E TIRAREI AS SUAS INIQUIDADE

Necessitamos urgentemente do ORVALHO DE DEUS, que é o estrito contato com Ele.

Orvalho e o vapor que com o frescor da noite se condensa e torna em gotículas de água que nos refresca e podem até nos encharcar

Assim é Deus para nós (v.5; Dt.32:2; SL.72:6)


2 - O ORVALHO NOS REFRESCA

Quando a seca dura muito tempo, parece que tudo a nossa volta morre

Mas quando cai o orvalho toda a natureza volta a ter vida

Assim é quando nossa natureza e confortada pelo frescor do Espírito Santo

Somos reavivados com entusiasmo e fortalecidos 


3 - O ORVALHO EMB


4 - CRIANDO CONDIÇÕES PARA QUE DESÇA O ORVALHO

Vira no vale da humilhação e não na montanha do orgulho

Pedro perdeu o foco no monte da transfiguração, quando quis adorar ao monte e não ao Criador

E na humilhação e na dor que Deus quer nos

Vira quando não houver ruídos, tempestades, terremotos, trovões, nem fogo e nem conflito apenas um silvo suave (1Rs.19:11)

Durante as tempestades não podemos esperar pelo orvalho

Vira exatamente de onde estamos esperando, assim como a terra seca olha para os céus

Como os apóstolos perseveravam unânimes (At.1:14)

São benditos os que tem fome e sede (MT.5:6; Sl.42:1-2)


4 - CRIANDO CONDIÇÕES PARA QUE DESÇA O ORVALHO

Vira no vale da humilhação e não na montanha do orgulho

Pedro perdeu o foco no monte da transfiguração, quando quis adorar ao monte e não ao Criador

E na humilhação e na dor que Deus quer nos

domingo, 25 de julho de 2021

A Ceia do Senhor e a Comunhão

 A ceia e a Comunhão


Os elementos que compõem a Ceia do Senhor, o pão e o vinho, são figuras, sendo que cada participante é a realidade! É comum as pessoas reverenciarem e atribuírem valor às figuras quem compõe a Ceia do Senhor, mas, negligenciarem a realidade.


“...Porventura, o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão...” (1Co.10:16-17)


É comum, nas comJounidades cristãs, reverência extrema para com os elementos utilizados na composição da mesa, nas reuniões da ceia do Senhor. Os participantes da mesa cuidam, com esmero, de cada pedacinho de pão, servido pelos membros que o pastor designa para o serviço. Caso, sobre os membros podem comer e os filhos dos membros também podem participar após a ceia e ao termino do culto.


Nós servimos o cálice com suco de uva, mas pode ser servido com vinho, nós não o fazemos para proteger os irmãos. 


O que se percebe, por trás de tal cuidado e suspeição, é que muitos cristãos desconhecem o real significado da comunhão do corpo e do sangue de Cristo! Na verdade, são muitos os que participam da mesa, mas, poucos os que discernem o corpo do Senhor, e por isso, são muitos os que participam, indignamente (1 Co 11:29).


1 - Discernindo o corpo do Senhor

O que é ‘discernir’? Discernir é compreender (conceito, situação, etc.), perceber, entender.

Mas, o que o crente precisa compreender? Precisa compreender (discernir) o corpo do Senhor! O que é o corpo do Senhor? O corpo do Senhor é a Sua igreja!


“...E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que, em tudo, tenha a preeminência...” (Cl 1:18);


“...Antes, seguindo a verdade, em amor, cresçamos, em tudo, naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para a sua edificação em amor...” (Ef 4:15-16);


“...Porque nunca, ninguém, odiou a sua própria carne; antes a alimenta e a sustenta, como, também, o Senhor à igreja; Porque somos membros do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos...” (Ef 5:29-30).


Para ser participante da mesa, ou seja, da ceia do Senhor, é imprescindível compreender o que é a igreja, ou seja, o corpo do Senhor.


  

Figura e realidade

Os elementos que compõem a mesa do Senhor (pão e vinho) é figura, sendo que cada participante é a realidade! É comum as pessoas reverenciarem e atribuírem valor às figuras, mas, negligenciarem a realidade.


Os escribas e fariseus agiam dessa forma: valorizavam o que era superficial, em detrimento da essência:


“...Ai de vós, condutores cegos! Pois, que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas, o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor. Insensatos e cegos! Pois, qual é maior: o ouro ou, o templo, que santifica o ouro? E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas, aquele que jurar pela oferta, que está sobre o altar, esse é devedor. Insensatos e cegos! Pois, qual é maior: a oferta ou, o altar, que santifica a oferta? Portanto, o que jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre ele está; E o que jurar pelo templo, jura por ele e por aquele que nele habita; E o que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele...” (Mt.23:16-22).


Qual o valor do ouro sem o templo? No entanto, os fariseus faziam as pessoas jurarem pelo ouro, o revestimento do templo de Herodes. Qual a serventia da oferta sem o altar? Os fariseus faziam as pessoas jurarem pela oferta.


Enquanto o participar da ceia do Senhor demonstra a comunhão do corpo de Cristo e o cuidado a ser dispensado para com o irmão, o que se apregoa é um cuidado consigo mesmo. Durante os sermões, que antecedem a ceia, geralmente, o que os preletores ensinam é que não se deve chegar atrasado para o culto da ceia ou, que é necessário se santificar, orar, jejuar, etc., para ser digno da mesa.


A comunhão entre os membros

No entanto, à luz das Escrituras, o que deveria ser ensinado, aos cristãos, é o cuidado para com o outro! Pela falta de cuidado para com os membros do corpo de Cristo, o apóstolo Paulo repreendeu os irmãos de Corinto que, ao se reunirem no culto de ceia, alguns comiam e se embriagavam e se esqueciam dos que nada tinham para comer.


Dai a reprimenda: ‘Não tendes casa para comer e beber’? A atitude de tais cristãos era de desprezo pela igreja (corpo de Cristo) e envergonhavam os membros do corpo que nada possuíam! (1 Co 11:22)


O ensinamento que o apóstolo Paulo passou aos irmãos de Corinto, foi o mesmo que ele aprendeu do Senhor Jesus que, na noite em que foi traído, pegou o pão e, após dar graças, partiu o pão e disse: ‘Isto é o meu corpo que é partido por vós’! (1 Co 11:24)


O pão que Cristo partiu tornou-se o seu corpo? Evidente que não! Ele estava estabelecendo o pão como figura, para fazer referência à unidade do seu corpo. Na verdade, cada um dos discípulos, que estava à mesa, tornou-se o corpo de Cristo, ou seja, a sua igreja.


Pelo fato de cada discípulo, em particular, comer do pão que Cristo repartiu, significa que eles gozavam de plena comunhão com Cristo: Cristo a cabeça e cada um dos discípulos, em particular, membros do seu corpo.


O pão que foi partido por Jesus significa a comunhão do corpo de Cristo, de modo que, existem muitos cristãos, porém, todos são um só pão e um só corpo em Cristo.


“O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.” (1 Co 10:16-17).


Diferenças socioeconômicas

O que os cristãos, à época do apóstolo Paulo, precisavam compreender? Que, apesar de cada um, na sociedade, pertencer a uma classe social, contudo, todos eram membros do corpo de Cristo.


As diferenças socioeconômicas, à época, eram gritantes, de modo que havia servos e livres, judeus e gregos, senhores e escravos, homens e mulheres, em uma única comunidade e cada membro, em particular, tinha que compreender que, cada um dos que ali estavam reunidos, eram filhos de Deus, pela fé em Cristo:


“...Porque todos sois filhos de Deus, pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus...” (Gl 3:26-28).


Um cristão, senhor de escravos, que não se acomodasse junto a um cristão escravo, sob o pretexto de que era senhor e jamais se ajuntaria a um escravo, era indigno de ser participante da mesa do Senhor Jesus, pois não discernia o corpo do Senhor.


Um cristão judeu, que dissimulasse para não se ajuntar com os cristãos convertidos dentre os gentios, na verdade, não andava segundo o evangelho de Cristo, portanto, não discernia o corpo de Cristo, visto que, após crer em Cristo, cada crente, não importando se judeu ou grego, em particular, se revestiu de Cristo, de modo que em Cristo não mais existe judeu ou, grego.


“...Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem, não vivam mais para si, mas, para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim, que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne e, ainda que, também, tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não o conhecemos desse modo...” (2Co.5:14-16).


A essência da ceia do Senhor

Compreendendo a verdade do evangelho, certo é que a ceia do Senhor não deve ser rotulada como sendo a experiência mais rica da vida cristã, mas, sim, o fato de o crente ter morrido com Cristo e ressurgido uma nova criatura, quando creu que Jesus é o Cristo.


Ao discernir o corpo do Senhor, o cristão tem plena consciência de que a expressão concreta do amor de Deus se deu quando Ele enviou o seu único Filho ao mundo, não no momento que participa da ceia. Do mesmo modo, compreende que, a partir do momento que creu em Cristo, é participante do corpo de Cristo e essa é a sua maior alegria, não o fato de pertencer a uma denominação ou, a uma igreja local.


A ceia do Senhor não é o evento mais importante para o cristão, ou o culto de maior importância. Aquele que julga como entendido (1 Co 10:15), sabedor de que a ceia é um memorial para o cristão, não pode se esquecer da morte de Jesus (Lc 22:19), de que Ele morreu por todos os homens.


Só discerne o corpo de Cristo aquele que, aos se assentar à mesa com os demais componentes, que o foco central da reunião não são os elementos dispostos sobre a mesa, mas, os participantes da mesa. Os participantes da mesa são superiores à mesa, pois o cristão é o pão, cujo pão de farinha o representa. Quem é participante da aliança no sangue, é o cristão, cujo vinho presente na mesa, somente representa.


A ceia é um momento de ação de graças por algo que é perene na vida do crente: a comunhão com todos os santos no corpo de Cristo (1 Jo 1:3). A ceia do Senhor não representa renovação de aliança, preparação para vencer o mundo, renovação espiritual, perdão de pecados, etc.


Na verdade, os participantes da ceia do Senhor já estão sob a proteção da nova aliança no sangue de Cristo, visto que escaparam da corrupção que há no mundo (2 Pe 1:4). O participante da mesa é mais que vencedor, por aquele que O amou e o maligno não lhe toca. (1 Jo 5:18; 1 Jo 2:13; Rm 8:37)


Má compreensão acerca da ceia

Quem participa da ceia esperando ser abençoado, na verdade, ainda não compreendeu, plenamente, o evangelho de Cristo, vez que o crente é quem abençoa o cálice de que irá participar: “...Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo?...” (1Co.10:16).


O cálice é de bênção, mas quem abençoa o cálice é o próprio crente. O cálice é simbolo da nova aliança no sangue de Jesus, que torna o crente abençoado, com todas as bênçãos espirituais (Ef 1:3). A comunhão do sangue de Cristo proporciona aos participantes a bem-aventurança prometida a Abraão!


A realidade da nova aliança efetivou-se na cruz, de modo que a comemoração, que é feita com os irmãos, somente é um memorial do que foi estabelecido na cruz, que cada cristão deve anunciar, até a volta de Cristo. (1 Co 11:25)


A reunião para cear à mesa do Senhor, visa anunciar a morte de Cristo até a sua volta, mas, quem come o pão e bebe o cálice sem discernir (compreender) que o corpo de Cristo é constituído de servos, livres, judeus, gregos, pobres, ricos, homens, mulheres, bárbaros, citas, etc., come e bebe para a sua própria condenação.


“...Portanto, qualquer que comer este pão ou, beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do SENHOR...” (1 Co 11:27-29)


Um crente em Cristo é membro do corpo de Cristo, portanto, é equivocada a ideia de que o crente precisa se preparar para participar da ceia. A importância maior está em ser membro do corpo de Cristo, pois a mesa com pão e vinho é somente um memorial!


“...Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros, em particular...” (1Co.12:27)


O pão representa o corpo de Cristo, para não esquecermos que somos o corpo de Cristo e seus membros, em particular. Não é o momento da ceia que deve ser levado a sério, mas, sim, a verdade de que cada cristão é membro do corpo de Cristo, portanto, se faz necessário considerar o outro, sempre em honra: “...Nada façais por contenda ou por vanglória, mas, por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo...” (Fl 2:3).


Se o crente em Cristo, à época do apóstolo Paulo, compreendesse essa recomendação, certamente, que os cristãos, senhores de escravos, considerariam os cristãos que eram escravos, como superiores a si mesmo. Um cristão judeu, por sua vez, consideraria um cristão convertido dentre os gentios em alta conta. Um crente romano aceitaria o grego, o judeu, o bárbaro, como superior a si mesmo.


Geralmente, aqueles que exortam os cristãos a se concertarem ou, a se santificarem, para serem dignos da ceia, assim o fazem, com base no verso 28: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice” (1 Co 11:28). O auto exame que recomendam, refere-se à conduta do dia a dia, porém, o exame requerido é em relação ao outro, como membro do corpo de Cristo.


O crente precisa e deve fazer um auto-exame, se não despreza o outro, que Deus tomou por Seu servo, por questões socioeconômicas, partidarismo, fofocas, etc.


“...Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar...” (Rm 14:4); “...E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebestes, por que te glorias, como se não o houveras recebido?...” (1 Co 4:6-7); “...Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão, fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz...”  (Tg 4:11)


De nada adianta a chamada ‘organização’ ou, a ‘ordem’ no culto, com relação à preparação do pão, à arrumação do pão e do cálice sobre a mesa, à disposição dos utensílios, o tomar o cálice ao mesmo tempo em que o outro ou, comer o pão todos ao mesmo instante, sob a voz de comando do anjo da igreja, etc., porque essa não é a ideia da ordem ‘esperai uns pelos outros’. (1 Co 11:33)


A ordem do apóstolo Paulo é para se aceitar um ao outro, receber um ao outro como irmão em Cristo, não importando as barreiras socioculturais ou econômicas, ou seja, evitar as divisões, dissensões (1 Co 11:18), o que é completamente diferente da ideia de esperar um ao outro. De que adiante esperar o outro, se ele nada tem para comer?


Quando é dito que, comendo, cada qual se ‘antecipava’[3], isto se dava pela segregação que havia no seio da igreja (não vou me ajuntar à ralé), a ponto de alguém que tinha posses, se antecipava a comer e beber até se embriagar e quem nada tinha, ficar com fome.


Daí a consideração:

“...Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que, em nós, são menos decorosos, damos muito mais honra. Porque os que em nós são os mais nobres, não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros...” (1Co.12:22-25)


A ceia do Senhor visa conscientizar aqueles que não discernem o corpo do Senhor, de que não deve existir divisão no corpo. Que cada membro deve dispensar igual cuidado, uns para com os outros.


“...Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual, também, para o que é dos outros...” (Fl 2:4)



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Wagner Teeuel