sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Laodiceia, uma Igreja ou uma era?

                                    Laodicéia, Igreja ou Era?

 

Antes de estudarmos esta preciosa carta, precisamos entender em primeiro lugar que a Carta, foi realmente escrita e endereçada.

Em segundo lugar precisamos entender que a Biblia, deve ser lida literalmente e em alguns casos figurativamente, mas a retorica deve ser tratada com muito cuidado.

WMB – do tabernáculo da fé, apregoou que as cartas eram eras e inclusive aponta para cada carta um profeta, ou um anjo

Veja a discrepância:

 

Efeso – Igreja primitiva - O Profeta da igreja de Éfeso foi o apóstolo Paulo

 

Esmirna – não consta nos relatos de WMB a datação desta suposta era (como uma era pode vir sem datação especifica?), depois WMB afirma que foi Esta era se estendeu de 170 a 312 A.D o proteta um discípulo de Policarpo por nome de Irineu

 

Pergamo - A Era de Pérgamo se estendeu por cerca de trezentos anos de 312 a 606 A.D – O Profeta Martin nasceu em 315 na Hungria

 

Tiatira - A Era de Tiatira foi a mais longa de todas, durou cerca de novecentos anos, de 606 a 1520 – O Profeta São Patrício e São Columba. Foi sobre São Columba que caiu o quinhão de ser o mensageiro

Sardes - A era de Sardes ou a quinta era se estendeu de l520 a l750. Ela é usualmente chamada a Era da Reforma – o profeta Martinho Lutero

 

FiladelfiaA Era da Igreja de Filadélfia se estendeu de 1750 a aproximadamente 1906

O Profeta: O mensageiro para esta era foi sem dúvida alguma João Wesley

 

Laodicéia - A era de Laodicéia começou por volta da entrada do século vinte, talvez durante o ano de 1906. Quanto tempo durará? Como um servo de Deus que tem tido multidões de visões, das quais não tem havido nenhuma que haja falhado, deixe-me predizer (não disse profetizar, mas predizer) que esta era terminará por volta de 1977 – O Profeta – Hipocritamente WMB diz que não se sabe quem é o profeta, mas como ele foi o único a disseminar esta grande heresia podemos entender que ele estava falando de sí mesmo, como muitos dos seus seguidores afirmam

 

Então quem afirmou ser uma era não foi a Biblia, ou qualquer um teólogo de nome ou renome, foi um avivalista que teve por objetivo entrar para a historia como defensor de uma ideia no mínimo icônica, porem, sem base, nós como unicistas jamais poderíamos aceitar:

1 – a Reforma

2 – Os anjos como ministros trinitários

 

Leia Apocalipse 2 e 3. Agora dê uma olhada num mapa e localize as sete cidades citadas. Vai perceber que eram cidades vizinhas, numa área de aproximadamnete 250 km entre as mais distantes (Pérgamo e Laodicéia).

 

A região incluída seria apenas um canto de um estado brasileiro.

Eram sete igrejas, uma próxima à outra, mas cada uma com a sua própria personalidade e suas características diferentes. Nestas cartas encontramos igrejas menos de 50 km distantes com contrastes enormes em atitudes e ações. Os efésios se mostraram fortes em doutrina e fracos em amor. Os irmãos de Esmirna foram materialmente pobres e espiritualmente ricos. A igreja de Pérgamo resistiu às perseguições, mas tolerava a falsa doutrina de Balaão. A de Tiatira era uma igreja muito ativa, mas que não tirou a má influência de uma mulher imoral e idólatra. Entre a igreja quase morta em Sardes e a congregação morna em Laodicéia, encontravam-se os irmãos perseverantes e fiéis em Filadélfia.

 

O que podemos concluir? Mesmo na época apostólica, Deus não criou nenhum tipo de hierarquia ou sistema de estrutura ligando uma congregação com outras. Jesus não enviou uma carta "ao bispo da Ásia Menor" para corrigir os problemas das várias igrejas, pois não havia nenhuma pessoa na terra governando as diversas congregações. Cada igreja mantinha a sua independência, e cada uma era responsável diretamente a Jesus.

 

Desde então, os homens têm criado muitos sistemas de organização e de controle centralizado para manter conformidade de doutrina e prática entre igrejas. Tais invenções vêm dos homens, e não de Deus!

 

A Carta à Igreja em Laodicéia 

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida por sua igreja morna, que causou enjôo no seu Senhor, Jesus Cristo.

 

Ao Anjo da Igreja em Laodicéia (3:14-22)

A igreja em Laodicéia (14):

A igreja em Laodicéia é citada no Apocalipse (aqui e em 1:11) e na carta de Paulo aos colossenses (4:13-16).

 

As cidades de Laodicéia, Colossos e Hierápolis (veja Colossenses 4:13) ficavam no vale do rio Lico. Laodicéia situava-se no local da cidade moderna de Denizli, Turquia, no cruzamento de estradas principais da Ásia Menor. Antigamente, a água da cidade vinha via aquedutos das fontes termais ao sul da cidade. Até chegar em Laodicéia, a água ficava morna. A qualidade dela não era boa, e a cidade ganhou a reputação de ter água não potável. Ao engolir esta água, muitas pessoas vomitavam. Semelhantemente, Jesus sentiu vontade de vomitar de sua boca a igreja de Laodicéia (3:15-16).

 

Outras características de Laodicéia servem como base para a linguagem desta carta. Foi conhecida como um centro bancário (3:17-18). A região produzia lã preta (3:18) e um tipo de colírio para os olhos (3:19).

 

O Amém (14): Esta palavra vem de origem hebraica. No começo de uma afirmação significa “certamente” ou “verdadeiramente”. No fim, pode ser entendida como “que seja assim”. Jesus é a palavra final, a autoridade absoluta.

 

A testemunha fiel e verdadeira (14): Quase a mesma descrição encontrada em 1:5. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca.

 

O princípio da criação de Deus (14): Esta expressão admite duas interpretações. Dependemos de informações de outros trechos bíblicos para escolher o sentido correto. A frase em si pode ser entendida no sentido passivo (o primeiro criado por Deus), ou no sentido ativo (a origem ou a fonte da criação). A diferença é óbvia e enorme. Jesus é uma criatura ou o eterno Criador? Ele foi feito por Deus ou é Deus? A resposta vem de outras passagens. Jesus é eterno (João 1:1; Apocalipse 1:18), o primeiro e o último (Apocalipse 1:17). Ele é Deus conosco (Mateus 1:23), o verdadeiro Deus que se fez carne (João 1:14). Ele é o “Eu Sou” (João 8:24,58; veja Êxodo 3:14), o soberano “Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Apocalipse 17:14). Jesus não foi criado. Ele não veio a existir. Ele é eterno. Ele é Deus. Quem não aceitar este fato morrerá no seu pecado (João 8:24).

 

Conheço as tuas obras (15): Como fez com todas as igrejas destes dois capítulos, Jesus expressa o seu conhecimento íntimo da igreja em Laodicéia. Ele anda no meio dos candeeiros (1:13,20; 2:1).

 

Que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! (15): As águas termais de Hierápolis ajudavam no tratamento de alguns problemas de saúde. As águas frias de Colossos eram boas para beber.

 

Mas as águas mornas de Laodicéia basicamente não serviam para nada; só davam ânsia de vômito!

 

Assim...estou a ponto de vomitar-te da minha boca (16): Jesus olhou para a igreja de Laodicéia, contente no seu estado de auto-suficiência e falsa confiança, e sentiu vontade de expulsá-la de sua presença.

 

Pois dizes (17): As afirmações da própria igreja de Laodicéia não refletiam o verdadeiro estado dela. É fácil dizer que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de uma pessoa, mas Jesus sabe a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A igreja de Laodicéia mentia para si mesma, mas Jesus não foi enganado!

 

Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu (17): O orgulho dos discípulos de Laodicéia os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas.

 

Eles se achavam fortes e independentes, mas Jesus viu o estado real de uma igreja fraca, cega e infrutífera. A cidade de Laodicéia sofreu um terremoto em 60 d.C. e foi reedificada com recursos próprios, sem auxílio do governo romano. Parece que a igreja sentia a mesma atitude de auto-suficiência, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor! Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Grande Médico.

 

Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores (Lucas 5:31-32).

 

Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2 Coríntios 5:3; Colossenses 3:9-10).

 

Aconselho-te (18): Jesus não elogiou a igreja em Laodicéia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja:

 

1. Comprar de Cristo ouro refinado. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo.

2. Comprar do Senhor vestiduras brancas. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8).

3. Comprar de Jesus colírio para os olhos. Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e auto-suficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus criticou nos fariseus (Mateus 15:14; 23:25-26). É o mesmo problema de qualquer um que esquece da importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2 Pedro 1:9).

 

Eu repreendo e disciplino a quantos amo (19): A correção que vem de Deus é uma manifestação do seu amor (Hebreus 12:4-11). Quando Deus nos corrige, devemos aceitar a disciplina como ele deseja, para o nosso próprio bem. Ele quer nos conduzir ao arrependimento e à plena comunhão com ele. A disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser motivada pelo amor (Hebreus 12:12-13). Esta atitude deve guiar os pais que corrigem os seus filhos (Provérbios 13:24), e os cristãos que corrigem os seus irmãos na fé (Tiago 5:19-20; 2 Coríntios 2:5-8).

Sê, pois, zeloso e arrepende-te (19): A solução ao problema dos discípulos em Laodicéia não seria meramente algumas mudanças externas.

Precisavam do zelo para com Deus para se arrependerem.

Eis que estou à porta e bato (20): Jesus pôs uma porta aberta diante da igreja de Filadélfia (3:7), mas a igreja de Laodicéia colocou uma porta fechada diante de Jesus! Ele bate, mas não força ninguém a abrir a porta.

 

Ele chama, mas depende dos ouvintes atender à voz dele. Este versículo reforça o entendimento do livre arbítrio do homem. Jesus oferece a salvação a todos, mas cada pessoa toma a sua própria decisão.

 

Entrarei ... e cearei (20): Ambas as figuras, aqui, representam a comunhão com Cristo. Ele entra na casa e habita naqueles que obedecem a palavra dele (João 14:23). Cear com alguém sugere uma relação especial de estar de acordo ou em comunhão (1 Coríntios 10:21; 5:11). É um privilégio especial comer à mesa do rei (2 Samuel 19:28). Não há privilégio maior do que a bênção de cear com o Rei dos reis!

 

Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono (21): Os vencedores terão o privilégio de reinar com Cristo (veja 2:26-27; 20:4). Tal honra não seria para os orgulhosos e auto-suficientes, mas para os humildes e obedientes. Jesus foi obediente ao Pai aqui na terra para ser exaltado ao lado dele no céu (Filipenses 2:8-9). Somente os obedientes serão exaltados com Cristo.

 

Quem tem ouvidos... (22): Jesus bate e chama. Cabe ao homem ouvir e atender a sua voz!

 

Conclusão

Na carta à igreja em Laodicéia, Jesus não citou nenhuma doutrina errada e nenhum pecado de imoralidade. Ele não condenou a igreja por práticas idólatras. Esta igreja, que se achava rica e forte, foi criticada por seu orgulho e auto-suficiência. Exaltou-se, ao invés de se humilhar diante do Senhor dos senhores.

 

O orvalho de Deus

 O ORVALHO de Deus

Oséias 14:1-9


Oséias é o primeiro livro dos profetas menores

Não em relação a importância mas sim, em relação a profecia e principalmente o alcance profetico

Mesmo que Israel estava destruída no pecado e morta como nação

Deus promete que traria restauração e vida para a nação

Bastaria somente se arrepender (v.3-9; Os.13:9-16)


1 - O ORVALHO FALA DA NOSSA HISTÓRIA

Esta promessa gloriosa não e apenas para Israel mas para nós também (v.4-5)

Se de verdade nós convertermos e dissermos: TIRA DE NOS A NOSSA INIQUIDADE

Deus nos responderá: EU OS SARAREI E TIRAREI AS SUAS INIQUIDADE

Necessitamos urgentemente do ORVALHO DE DEUS, que é o estrito contato com Ele.

Orvalho e o vapor que com o frescor da noite se condensa e torna em gotículas de água que nos refresca e podem até nos encharcar

Assim é Deus para nós (v.5; Dt.32:2; SL.72:6)


2 - O ORVALHO NOS REFRESCA

Quando a seca dura muito tempo, parece que tudo a nossa volta morre

Mas quando cai o orvalho toda a natureza volta a ter vida

Assim é quando nossa natureza e confortada pelo frescor do Espírito Santo

Somos reavivados com entusiasmo e fortalecidos 


3 - O ORVALHO EMBELEZA E REVELA

Como é linda a terra nas primeiras horas da manhã

Cobertas com gotas de orvalho que centelham a relva igual que diamantes

Floresce igual o lírio dando a Deus o aroma e a beleza das flores (5)

Estende suas raízes com a firmeza da graça de Deus (v.6)

O orvalho revela as teias de aranha que a noite foram produzidas

Com o orvalho tudo se vê: rancor, inveja, ódio, egoísmo, orgulho, hipocresia, tudo

Com razão o salmo 90:2 nos diz: CRIA EM MIM SENHOR, UM CORAÇÃO....

O ORVALHO de Deus

Oséias 14:1-9


Oséias é o primeiro livro dos profetas menores

Não em relação a importância mas sim, em relação a profecia e principalmente o alcance profetico

Mesmo que Israel estava destruída no pecado e morta como nação

Deus promete que traria restauração e vida para a nação

Bastaria somente se arrepender (v.3-9; Os.13:9-16)


1 - O ORVALHO FALA DA NOSSA HISTÓRIA

Esta promessa gloriosa não e apenas para Israel mas para nós também (v.4-5)

Se de verdade nós convertermos e dissermos: TIRA DE NOS A NOSSA INIQUIDADE

Deus nos responderá: EU OS SARAREI E TIRAREI AS SUAS INIQUIDADE

Necessitamos urgentemente do ORVALHO DE DEUS, que é o estrito contato com Ele.

Orvalho e o vapor que com o frescor da noite se condensa e torna em gotículas de água que nos refresca e podem até nos encharcar

Assim é Deus para nós (v.5; Dt.32:2; SL.72:6)


2 - O ORVALHO NOS REFRESCA

Quando a seca dura muito tempo, parece que tudo a nossa volta morre

Mas quando cai o orvalho toda a natureza volta a ter vida

Assim é quando nossa natureza e confortada pelo frescor do Espírito Santo

Somos reavivados com entusiasmo e fortalecidos 


3 - O ORVALHO EMB


4 - CRIANDO CONDIÇÕES PARA QUE DESÇA O ORVALHO

Vira no vale da humilhação e não na montanha do orgulho

Pedro perdeu o foco no monte da transfiguração, quando quis adorar ao monte e não ao Criador

E na humilhação e na dor que Deus quer nos

Vira quando não houver ruídos, tempestades, terremotos, trovões, nem fogo e nem conflito apenas um silvo suave (1Rs.19:11)

Durante as tempestades não podemos esperar pelo orvalho

Vira exatamente de onde estamos esperando, assim como a terra seca olha para os céus

Como os apóstolos perseveravam unânimes (At.1:14)

São benditos os que tem fome e sede (MT.5:6; Sl.42:1-2)


4 - CRIANDO CONDIÇÕES PARA QUE DESÇA O ORVALHO

Vira no vale da humilhação e não na montanha do orgulho

Pedro perdeu o foco no monte da transfiguração, quando quis adorar ao monte e não ao Criador

E na humilhação e na dor que Deus quer nos

domingo, 25 de julho de 2021

A Ceia do Senhor e a Comunhão

 A ceia e a Comunhão


Os elementos que compõem a Ceia do Senhor, o pão e o vinho, são figuras, sendo que cada participante é a realidade! É comum as pessoas reverenciarem e atribuírem valor às figuras quem compõe a Ceia do Senhor, mas, negligenciarem a realidade.


“...Porventura, o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão...” (1Co.10:16-17)


É comum, nas comJounidades cristãs, reverência extrema para com os elementos utilizados na composição da mesa, nas reuniões da ceia do Senhor. Os participantes da mesa cuidam, com esmero, de cada pedacinho de pão, servido pelos membros que o pastor designa para o serviço. Caso, sobre os membros podem comer e os filhos dos membros também podem participar após a ceia e ao termino do culto.


Nós servimos o cálice com suco de uva, mas pode ser servido com vinho, nós não o fazemos para proteger os irmãos. 


O que se percebe, por trás de tal cuidado e suspeição, é que muitos cristãos desconhecem o real significado da comunhão do corpo e do sangue de Cristo! Na verdade, são muitos os que participam da mesa, mas, poucos os que discernem o corpo do Senhor, e por isso, são muitos os que participam, indignamente (1 Co 11:29).


1 - Discernindo o corpo do Senhor

O que é ‘discernir’? Discernir é compreender (conceito, situação, etc.), perceber, entender.

Mas, o que o crente precisa compreender? Precisa compreender (discernir) o corpo do Senhor! O que é o corpo do Senhor? O corpo do Senhor é a Sua igreja!


“...E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que, em tudo, tenha a preeminência...” (Cl 1:18);


“...Antes, seguindo a verdade, em amor, cresçamos, em tudo, naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para a sua edificação em amor...” (Ef 4:15-16);


“...Porque nunca, ninguém, odiou a sua própria carne; antes a alimenta e a sustenta, como, também, o Senhor à igreja; Porque somos membros do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos...” (Ef 5:29-30).


Para ser participante da mesa, ou seja, da ceia do Senhor, é imprescindível compreender o que é a igreja, ou seja, o corpo do Senhor.


  

Figura e realidade

Os elementos que compõem a mesa do Senhor (pão e vinho) é figura, sendo que cada participante é a realidade! É comum as pessoas reverenciarem e atribuírem valor às figuras, mas, negligenciarem a realidade.


Os escribas e fariseus agiam dessa forma: valorizavam o que era superficial, em detrimento da essência:


“...Ai de vós, condutores cegos! Pois, que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas, o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor. Insensatos e cegos! Pois, qual é maior: o ouro ou, o templo, que santifica o ouro? E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas, aquele que jurar pela oferta, que está sobre o altar, esse é devedor. Insensatos e cegos! Pois, qual é maior: a oferta ou, o altar, que santifica a oferta? Portanto, o que jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre ele está; E o que jurar pelo templo, jura por ele e por aquele que nele habita; E o que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele...” (Mt.23:16-22).


Qual o valor do ouro sem o templo? No entanto, os fariseus faziam as pessoas jurarem pelo ouro, o revestimento do templo de Herodes. Qual a serventia da oferta sem o altar? Os fariseus faziam as pessoas jurarem pela oferta.


Enquanto o participar da ceia do Senhor demonstra a comunhão do corpo de Cristo e o cuidado a ser dispensado para com o irmão, o que se apregoa é um cuidado consigo mesmo. Durante os sermões, que antecedem a ceia, geralmente, o que os preletores ensinam é que não se deve chegar atrasado para o culto da ceia ou, que é necessário se santificar, orar, jejuar, etc., para ser digno da mesa.


A comunhão entre os membros

No entanto, à luz das Escrituras, o que deveria ser ensinado, aos cristãos, é o cuidado para com o outro! Pela falta de cuidado para com os membros do corpo de Cristo, o apóstolo Paulo repreendeu os irmãos de Corinto que, ao se reunirem no culto de ceia, alguns comiam e se embriagavam e se esqueciam dos que nada tinham para comer.


Dai a reprimenda: ‘Não tendes casa para comer e beber’? A atitude de tais cristãos era de desprezo pela igreja (corpo de Cristo) e envergonhavam os membros do corpo que nada possuíam! (1 Co 11:22)


O ensinamento que o apóstolo Paulo passou aos irmãos de Corinto, foi o mesmo que ele aprendeu do Senhor Jesus que, na noite em que foi traído, pegou o pão e, após dar graças, partiu o pão e disse: ‘Isto é o meu corpo que é partido por vós’! (1 Co 11:24)


O pão que Cristo partiu tornou-se o seu corpo? Evidente que não! Ele estava estabelecendo o pão como figura, para fazer referência à unidade do seu corpo. Na verdade, cada um dos discípulos, que estava à mesa, tornou-se o corpo de Cristo, ou seja, a sua igreja.


Pelo fato de cada discípulo, em particular, comer do pão que Cristo repartiu, significa que eles gozavam de plena comunhão com Cristo: Cristo a cabeça e cada um dos discípulos, em particular, membros do seu corpo.


O pão que foi partido por Jesus significa a comunhão do corpo de Cristo, de modo que, existem muitos cristãos, porém, todos são um só pão e um só corpo em Cristo.


“O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.” (1 Co 10:16-17).


Diferenças socioeconômicas

O que os cristãos, à época do apóstolo Paulo, precisavam compreender? Que, apesar de cada um, na sociedade, pertencer a uma classe social, contudo, todos eram membros do corpo de Cristo.


As diferenças socioeconômicas, à época, eram gritantes, de modo que havia servos e livres, judeus e gregos, senhores e escravos, homens e mulheres, em uma única comunidade e cada membro, em particular, tinha que compreender que, cada um dos que ali estavam reunidos, eram filhos de Deus, pela fé em Cristo:


“...Porque todos sois filhos de Deus, pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus...” (Gl 3:26-28).


Um cristão, senhor de escravos, que não se acomodasse junto a um cristão escravo, sob o pretexto de que era senhor e jamais se ajuntaria a um escravo, era indigno de ser participante da mesa do Senhor Jesus, pois não discernia o corpo do Senhor.


Um cristão judeu, que dissimulasse para não se ajuntar com os cristãos convertidos dentre os gentios, na verdade, não andava segundo o evangelho de Cristo, portanto, não discernia o corpo de Cristo, visto que, após crer em Cristo, cada crente, não importando se judeu ou grego, em particular, se revestiu de Cristo, de modo que em Cristo não mais existe judeu ou, grego.


“...Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem, não vivam mais para si, mas, para aquele que por eles morreu e ressuscitou. Assim, que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne e, ainda que, também, tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não o conhecemos desse modo...” (2Co.5:14-16).


A essência da ceia do Senhor

Compreendendo a verdade do evangelho, certo é que a ceia do Senhor não deve ser rotulada como sendo a experiência mais rica da vida cristã, mas, sim, o fato de o crente ter morrido com Cristo e ressurgido uma nova criatura, quando creu que Jesus é o Cristo.


Ao discernir o corpo do Senhor, o cristão tem plena consciência de que a expressão concreta do amor de Deus se deu quando Ele enviou o seu único Filho ao mundo, não no momento que participa da ceia. Do mesmo modo, compreende que, a partir do momento que creu em Cristo, é participante do corpo de Cristo e essa é a sua maior alegria, não o fato de pertencer a uma denominação ou, a uma igreja local.


A ceia do Senhor não é o evento mais importante para o cristão, ou o culto de maior importância. Aquele que julga como entendido (1 Co 10:15), sabedor de que a ceia é um memorial para o cristão, não pode se esquecer da morte de Jesus (Lc 22:19), de que Ele morreu por todos os homens.


Só discerne o corpo de Cristo aquele que, aos se assentar à mesa com os demais componentes, que o foco central da reunião não são os elementos dispostos sobre a mesa, mas, os participantes da mesa. Os participantes da mesa são superiores à mesa, pois o cristão é o pão, cujo pão de farinha o representa. Quem é participante da aliança no sangue, é o cristão, cujo vinho presente na mesa, somente representa.


A ceia é um momento de ação de graças por algo que é perene na vida do crente: a comunhão com todos os santos no corpo de Cristo (1 Jo 1:3). A ceia do Senhor não representa renovação de aliança, preparação para vencer o mundo, renovação espiritual, perdão de pecados, etc.


Na verdade, os participantes da ceia do Senhor já estão sob a proteção da nova aliança no sangue de Cristo, visto que escaparam da corrupção que há no mundo (2 Pe 1:4). O participante da mesa é mais que vencedor, por aquele que O amou e o maligno não lhe toca. (1 Jo 5:18; 1 Jo 2:13; Rm 8:37)


Má compreensão acerca da ceia

Quem participa da ceia esperando ser abençoado, na verdade, ainda não compreendeu, plenamente, o evangelho de Cristo, vez que o crente é quem abençoa o cálice de que irá participar: “...Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo?...” (1Co.10:16).


O cálice é de bênção, mas quem abençoa o cálice é o próprio crente. O cálice é simbolo da nova aliança no sangue de Jesus, que torna o crente abençoado, com todas as bênçãos espirituais (Ef 1:3). A comunhão do sangue de Cristo proporciona aos participantes a bem-aventurança prometida a Abraão!


A realidade da nova aliança efetivou-se na cruz, de modo que a comemoração, que é feita com os irmãos, somente é um memorial do que foi estabelecido na cruz, que cada cristão deve anunciar, até a volta de Cristo. (1 Co 11:25)


A reunião para cear à mesa do Senhor, visa anunciar a morte de Cristo até a sua volta, mas, quem come o pão e bebe o cálice sem discernir (compreender) que o corpo de Cristo é constituído de servos, livres, judeus, gregos, pobres, ricos, homens, mulheres, bárbaros, citas, etc., come e bebe para a sua própria condenação.


“...Portanto, qualquer que comer este pão ou, beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do SENHOR...” (1 Co 11:27-29)


Um crente em Cristo é membro do corpo de Cristo, portanto, é equivocada a ideia de que o crente precisa se preparar para participar da ceia. A importância maior está em ser membro do corpo de Cristo, pois a mesa com pão e vinho é somente um memorial!


“...Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros, em particular...” (1Co.12:27)


O pão representa o corpo de Cristo, para não esquecermos que somos o corpo de Cristo e seus membros, em particular. Não é o momento da ceia que deve ser levado a sério, mas, sim, a verdade de que cada cristão é membro do corpo de Cristo, portanto, se faz necessário considerar o outro, sempre em honra: “...Nada façais por contenda ou por vanglória, mas, por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo...” (Fl 2:3).


Se o crente em Cristo, à época do apóstolo Paulo, compreendesse essa recomendação, certamente, que os cristãos, senhores de escravos, considerariam os cristãos que eram escravos, como superiores a si mesmo. Um cristão judeu, por sua vez, consideraria um cristão convertido dentre os gentios em alta conta. Um crente romano aceitaria o grego, o judeu, o bárbaro, como superior a si mesmo.


Geralmente, aqueles que exortam os cristãos a se concertarem ou, a se santificarem, para serem dignos da ceia, assim o fazem, com base no verso 28: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice” (1 Co 11:28). O auto exame que recomendam, refere-se à conduta do dia a dia, porém, o exame requerido é em relação ao outro, como membro do corpo de Cristo.


O crente precisa e deve fazer um auto-exame, se não despreza o outro, que Deus tomou por Seu servo, por questões socioeconômicas, partidarismo, fofocas, etc.


“...Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar...” (Rm 14:4); “...E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebestes, por que te glorias, como se não o houveras recebido?...” (1 Co 4:6-7); “...Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão, fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz...”  (Tg 4:11)


De nada adianta a chamada ‘organização’ ou, a ‘ordem’ no culto, com relação à preparação do pão, à arrumação do pão e do cálice sobre a mesa, à disposição dos utensílios, o tomar o cálice ao mesmo tempo em que o outro ou, comer o pão todos ao mesmo instante, sob a voz de comando do anjo da igreja, etc., porque essa não é a ideia da ordem ‘esperai uns pelos outros’. (1 Co 11:33)


A ordem do apóstolo Paulo é para se aceitar um ao outro, receber um ao outro como irmão em Cristo, não importando as barreiras socioculturais ou econômicas, ou seja, evitar as divisões, dissensões (1 Co 11:18), o que é completamente diferente da ideia de esperar um ao outro. De que adiante esperar o outro, se ele nada tem para comer?


Quando é dito que, comendo, cada qual se ‘antecipava’[3], isto se dava pela segregação que havia no seio da igreja (não vou me ajuntar à ralé), a ponto de alguém que tinha posses, se antecipava a comer e beber até se embriagar e quem nada tinha, ficar com fome.


Daí a consideração:

“...Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que, em nós, são menos decorosos, damos muito mais honra. Porque os que em nós são os mais nobres, não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros...” (1Co.12:22-25)


A ceia do Senhor visa conscientizar aqueles que não discernem o corpo do Senhor, de que não deve existir divisão no corpo. Que cada membro deve dispensar igual cuidado, uns para com os outros.


“...Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual, também, para o que é dos outros...” (Fl 2:4)



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Wagner Teeuel